Comportamentos recorrentes durante gerações dentro de uma população e que não se enquadram num padrão de normalidade por vezes são vistos como um problema individual de alguns, mas poderiam sim ser um prenúncio de algum tipo de fenômeno natural ou social.
Verificou-se que alguns animais migram para outras regiões semanas antes da erupção de um vulcão ou da ocorrência de terremotos. Estes animais possuem uma sensibilidade que lhes possibilitam afastarem-se dos riscos aos quais estariam submetidos quando destes fenômenos naturais. Embora não tenham inteligência ou consciência antecipam-se a um potencial e fatal risco. Assim estes animais, de tempo em tempo, deslocam-se para outro local.
Agora, em exercício de imaginação, cogitemos que estes evoluam a uma condição inteligente e consciente. Acredito que diante desta evolução, aquele comportamento de auto-preservação persistiria e passaria a ser contemplado pelo próprio animal que passaria a perceber e tentar compreender sua razão de ser.
Eventualmente este comportamento seria interpretado de diversas formas, dentre as quais, alguma vira a tomar a forma de algum ritual revestido de fundamentações tradicionalistas. Provavelmente a própria e real razão de ser deste comportamento não seria associado ao fenômeno natural e passaria ser explicado como com uma outra finalidade conforme a cultura deste animal.
Com isto, deduzo que muitas de nossas tradições ou de alguns povos tenham por traz algum fator cíclico que em algum momento tinha ou ainda tenha alguma razão de ser, até mesmo de auto-preservação. De outro lado, com as migrações para outra região, estes comportamentos seriam preservados, muito embora não mais houvesse razão de ser, pois em região onde inexistiriam estes fenômenos.
Também alguns indivíduos poderiam preservar esta memória enquanto os demais não, fazendo-o comportar-se dissociadamente em relação ao conjunto, mas que, todavia representaria uma antevisão de fenômenos sociais ou naturais cíclicos de repetição para muito além do tempo de vida médio dos indivíduos. Assim, em conclusão, comportamentos recorrentes dentro de uma população e que não se enquadram num padrão de normalidade devem ser vistos não como um problema individual de alguns, mas sim como um prenúncio de algum tipo de fenômeno natural ou social.
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